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Estudos



Missionários da Luz Capitúlo 12

Preparação de Experiências.
       
Síntese: O capítulo trata da visita de André Luiz, juntamente com Alexandre, a uma instituição no plano espiritual onde são planejadas as reencarnações. A visita é feita após uma solicitação para que Alexandre auxiliasse no processo reencarnatório de Segismundo. Durante a visita, André Luiz toma contato com alguns aspectos relativos a reencarnação (e suas implicações) e toma contato com a situação de 4 espíritos, com experiências diferentes, que devem reencarnar em breve.

O caso Segismundo
- Segismundo deve reencarnar, num processo de resgate de faltas passadas, mas está encontrando a resistência do futuro pai, Adelino. O caso será analisado com detalhes no Cap. 13.

Comentários de Alexandre
- Grande percentagem de reencarnações se processa em moldes padronizados, no campo das manifestações puramente evolutivas. Outra percentagem obedece a programação mais complexa, num processo mais individual.
- No segundo caso, se enquadram os trabalhadores e missionários. Trabalhadores são aqueles que apresentam maior soma de qualidades superiores, embora ainda possuam débitos a ressarcir. Estes podem influenciar de alguma forma o processo reencarnatório, embora tais alterações nem sempre sejam agradáveis.
- A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim. Temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa.
- O serviços de planejamento reencarnatório, na colônia espiritual, têm, portanto esta finalidade regulamentadora.

O Instituto de planejamento das reencarnações
- Grande movimentação de espíritos, tanto os que vão reencarnar, quanto os que estão intercedendo por outros.
- Planos adequados são estabelecidos de acordo com o serviço a ser desempenhado e o grau de adiantamento do reencarnante.
- A hereditariedade fisiológica funciona em todos os seres, mas sofre a influência dos que alcançam qualidades superiores ao ambiente geral. Forças mais elevadas podem imprimir modificações ao material genético.
- Todas as colônias de expressão elevadas mantém serviços semelhantes.
- O auxílio aos espíritos reencarnantes se traduz de duas formas: através de intercessão superior - se o reencarnante possui a razão esclarecida - ou através dos espíritos encarregados do trabalho reencarnacionista na Crosta - no caso do reencarnante em esforço puramente evolutivo.
- Dois modelos, a semelhança de estátuas, um masculino e outro feminino, revelavam detalhes da fisiologia do corpo físico e são observados com admiração, por André Luiz.

Os reencarnantes
a) Espírito iria reencarnar, após 15 anos de atividades de auxílio no plano espiritual, com objetivos de reparar erros passados. Estava um tanto hesitante, com receio de contrair novos débitos, devido ao esquecimento do passado. Acatou a sugestão de trazer um defeito físico na perna, a fim de se defender das tentações de natureza inferior, como antídoto à vaidade. Tem possibilidade de viver até 70 anos, pelo menos.
b) Anacleta vai reencarnar após 40 anos de trabalho em favor de espíritos familiares que estão em desequilíbrio. Pretende recebe-los como filhos, dois na condição de paralisia, outro com debilidade mental, e uma filha, também com problemas, mas que deverá auxilia-la na velhice do corpo. Repara o erro de outra encarnação, quando permitiu, como mãe, através da falta de disciplina e do excesso de mimo, que seus filhos não conseguissem enfrentar as lutas da vida.
c) Outra entidade que deve reencarnar, pede que haja interferência na formação das glândulas endócrinas, a fim de que o corpo não se apresente harmônico fisicamente, uma vez a beleza física poderia dificultar as tarefas que ela devia desempenhar.
d) André Luiz ainda analisa a situação de um espírito que deve reencarnar com a possibilidade de surgimento de uma úlcera logo que chegue a maioridade. Através deste processo, poderá resgatar um crime cometido há mais de cem anos antes, quando assassinou um homem a facadas. A vítima tornou-se seu obsessor e provocou gradativamente sua desencarnação. Após sofrer no plano espiritual, reergueu-se moralmente e obteve várias intercessões. No entanto, pela lei de ação e reação, o crime ainda permanece em aberto, e a reencarnação dolorosa servirá de pena e reparação.

Os completistas
O termo é usado no capítulo como título para aqueles espíritos que conseguem aproveitar integralmente todas as oportunidades oferecidas pela reencarnação. A situação é rara, uma vez que a grande maioria perde inúmeras possibilidades e desgasta sobremaneira o corpo físico. O completista tem a possibilidade de escolhar livremente o corpo da futura reencarnação, optando quase sempre por medidas que diminuam seu magnetismo pessoal, embora se preocupem com a saúde do corpo físico.

Referências sobre o tema:
O Livro dos Espíritos - qts 132, 166 a 171, 334 a 342
O Evangelho sgdo o Espitisimo - cap. IV - it 25 e 36
O Céu e o Inferno - Cap. V
A Gênese - cap. XI - it 33 e 34

1) De forma geral, conseguimos atender às finalidades de nossa encarnação atual? Por que?

2) O que Alexandre quer dizer, ao afirmar que grande parte das reencarnações se dão em moldes padronizados, atendendo puramente a manifestações evolutivas?

3) Quais os principais objetivos da reencarnação?

4) Por que nem todos os espíritos tem liberdade de influenciar no próprio processo reencarnatório?

5) Apresentado em sua primeira versão nos ultimos dias, o mapa genético conseguirá explicar todas as ocorrências com o ser humano? Qual a influência da hereditariedade no processo reencarnatório?

6) Em que consiste a chamada "intercessão espiritual"?

7) Por que a condição de completista é tão rara?

8) Por que a maioria dos espiritos que tem liberdade de influencia no processo reencarnatorio, opta por dificuldades na encarnação?

9) De que forma o esquecimento do passado nos beneficia durante a vida física?


Preparação de Experiências - Conclusão



1) De forma geral, conseguimos atender às finalidades de nossa encarnação atual? Por que?

- Conforme os Espíritos Superiores nos ensinam, fomos criados simples e ignorantes e nos instruímos na vida corporal. Esse é o fim da encarnação dos espíritos: progredir sempre, tal é a lei, como está no túmulo de Kardec. Assim, ainda que com erros e acertos, na maior parte dos casos, o espírito sempre progride, o mínimo que seja, numa encarnação. Melhora um pouco em um aspecto, adquire uma perfeição, se despoja de uma imperfeição, mas sempre procurando a evolução. É certo que em alguns casos o espírito desperdiça a oportunidade reencarnatória, deixando de evoluir, estacionando. Mas, na maioria das vezes, pode-se dizer que, quer adquirindo uma perfeição, quer se despojando de uma imperfeição, quer expiando uma falta, o espírito progride. Dessa maneira, de uma forma geral, pode-se afirmar que atendemos, cada um num grau diferente, as finalidades da encarnação.
- Talvez possamos afirmar que de uma maneira básica estejamos sim cumprindo com nossos compromissos assumidos, mas creio que se muitas vezes conseguimos atender um lado, deixamos de atender a outro; creio estarmos ainda nos passos primários para realmente efetivarmos uma responsabilidade maior com todos os compromissos que assumimos antes de vir, de uma forma mais total, mais abrangente.
Como bem lembra Alexandre no capítulo, enquanto ainda estamos na esfera espiritual temos uma maior conscientização e responsabilidade com a nossa programação ; coisa que se dilui quando chegamos efetivamente ao plano terreno.

2) O que Alexandre quer dizer, ao afirmar que grande parte das reencarnações se dão em moldes padronizados, atendendo puramente a manifestações evolutivas?

- Alexandre quis demonstrar que a maioria das reencarnações se dão com objetivos puramente evolutivos, como vimos acima. Ao contrário de outras, de espíritos mais elevados que a maioria, que reencarnam como trabalhadores ou missionários. Nesses casos, como explicou o instrutor, o trabalho preparativo quase não necessita do auxílio dos benfeitores espirituais.

3) Quais os principais objetivos da reencarnação?

-Seria o burilamento, ou seja, a experiência necessária que temos para nos livrarmos das paixões e adquirirmos experiências superiores; seria a oportunidade de repararmos os erros cometidos em existências passadas e com isso ir depurando nosso espírito.
-a evolução do espírito, ou, como responderam a Kardec os Espíritos Superiores na questão 167 de O Livro dos Espíritos, o
melhoramento progressivo da humanidade.

4) Por que nem todos os espíritos tem liberdade de influenciar no próprio processo reencarnatório?

-Alexandre ensina que há espíritos que sequer têm consciência do ato reencarnatório em que estão envolvidos. Segundo o instrutor, esses espíritos retornam à carne inconscientes, como crianças adormecidas.
Portanto, nesses casos, devido à sua baixa evolução, esses espíritos não têm como influenciar no seu próprio processo reencarnatório, escolhendo provas, por exemplo.

-Porque ainda utilizamos muito pouco de forma útil, ou de forma mais salutar nossa encarnação.

5) Apresentado em sua primeira versão nos ultimos dias, o mapa genético conseguirá explicar todas as ocorrências com o ser humano? Qual a influência da hereditariedade no processo reencarnatório?

- A hereditariedade sempre exercerá grande influência na formação do corpo humano. É ela quem ditará a conformação dos caracteres físicos, tais como cor da pele, estatura, tipo sangüíneo, etc. Todavia, existe uma outra influência que exerce igual domínio no processo reencarnatório: é a resultante dos valores morais do reencarnante. Esses valores, bons ou maus,
estão impressos no perispírito e também influenciam na formação do novo corpo. Há, também, a influência das forças espirituais mais elevadas, que podem interferir na formação do corpo, imprimindo modificações na matéria , de acordo com o mérito do reencarnante.
Quanto à questão mapa genético, talvez se poderá explicar muitas ocorrências com o ser humano, porém não todas. Acredita-se que sempre poderá haver determinadas ocorrências no corpo somático que um mapa genético único para toda a humanidade não conseguirá explicar. São as decorrentes da questão espiritual individual, como a interferência da lei de ação e reação, por exemplo.

- Talvez explique o mapa genético físico, o processo de curas em termos de corpo físico mas o espírito que comanda as ações seria ainda não explicado pelo mapeamento genético e tb terá dificuldade em se explicar as forças intercessórias dos Espíritos mais elevados.

6) Em que consiste a chamada "intercessão espiritual"?

- Consiste no trabalho executado por espíritos de elevada condição evolutiva, no sentido de auxiliar o processo reencarnatório. Através da intercessão, esses espíritos procuram reequilibrar não só o futuro reencarnante como também os encarnados que deverão com ele conviver na nova etapa carnal, para se harmonizarem ou para resgate num processo expiatório. Através do trabalho intercessório é também definida a formação do novo corpo do reencarnante.


7) Por que a condição de completista é tão rara?

- Porque ao reencarnar o espírito sofre a influência da vida material e, na maioria das vezes, esquece-se dos compromissos assumidos no plano espiritual. Deixa-se levar pelos prazeres e interesses materiais, perdendo importantes oportunidades redentoras.

- Porque raros são os que conseguem aproveitar de forma mais efetiva e maior as encarnaçoes, inclusive quanto à maquina corporal. Nos dizeres de Manassés: "É o título que designa os raros irmãos que aproveitaram todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferecia."

8) Por que a maioria dos espiritos que tem liberdade de influencia no processo reencarnatorio, opta por dificuldades na encarnação?

- Pelo próprio processo de depuramento do espírito, porque já têm uma maior consciência das responsabilidade evolutivas necessárias e , uma vez que na terra , face ao jogo ou importância do aspecto de aparência externa poderia esmagar os missionários do bem; daí a preferência por ocultar a beleza de suas almas.

- Segundo explica Alexandre, esses espíritos assim procedem para evitarem a influência de paixões terrenas bem com que o magnetismo pessoal lhes possa prejudicar o trabalho a que se propõem na nova encarnação.

9) De que forma o esquecimento do passado nos beneficia durante a vida física?

- O esquecimento do passado é um providência de Deus sem a qual o objetivo da nova existência poderia se frustrar. No atual nível evolutivo em que nos encontramos, não estamos, ainda, preparados para saber tudo. Como estamos num mundo de provas e expiações, isso significa que ainda nos encontramos muito distante da perfeição a que um dia teremos de chegar.
Nossas existências anteriores nos inibiria e, até, nos envergonharia, dificultando nossa caminhada para a frente. Sem a lei do esquecimento, inimizades pretéritas voltariam à tona, perpetuando-se. Por isso, o corpo carnal dos habitantes da Terra não comporta uma memória maior que a por nós possuída. Nos mundos superiores, esse esquecimento é abrandado ou quase não existe, como explicam os Espíritos Superiores.

Questões surgidas através do Estudo:

A)Seria possível por intermédio de hipnose ou por algum tipo de regressão mental, o acesso a fatos ocorridos em encarnações anteriores?

- Acreditamos que sim. No Brasil inclusive já existe a SBTVP, a Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada (que não tem nenhuma ligação com o Espiritismo, vale ressaltar) agrupando médicos e psicólogos que usam a regressão com fins terapeuticos (se quiser mais detalhes veja http://www.sbtvp.com.br/). Inúmeros pesquisadores, desde o século passado até os nossos dias tem feito experiencias nesta área. (o livro do Hermínio Miranda chama-se "A memória e o tempo", e é uma referência fundamental para os interessados no assunto)

B)Se isso pode ocorrer, não seria uma contrariedade ao fato de não termos discernimento suficiente (devido ao nosso estado evolutivo) para aceitar qualquer coisa que tenhamos feito no passado?

- O esquecimento tem causas fisiologicas, psicológicas e "morais", se pudermos dizer assim. Esquecemos devido à mudança de padrão vibratório do perispirito, devido a estarmos reencarnando num corpo "novinho", por ser um mecanismo inconsciente de defesa do ego, por estarmos em contato direto com inimigos passados, etc. etc.Asssim, não se trata apenas do estado evolutivo, mas também do estado fisiologico, psicologico e emocional. Mesmo como desencarnados não temos acesso, regra geral, a todas as nossas vivencias anteriores.
Por esses, e outros motivos, é que as primeiras manifestações espirituais acerca do assunto foram contrárias à regressão (Emmanuel, por exemplo se posicionou através de psicografia de Chico Xavier). Mas devemos considerar que há alguns anos atrás não havia mesmo muito controle, e vários "curiosos" se arriscaram a regredir outras pessoas...Hoje a coisa toda está mais controlada, embora ainda sem um aval cientifico, e a terapia pode ajudar em muitos casos. Em outros, óbvio, é completamente desaconselhada.

C) Existe algum caso de pessoas que se lembram de fatos ocorridos em vidas passadas, seja de forma consciente ou inconsciente?

- Sim, existem. Muitas pessoas tem acesso aos fatos passados através dos sonhos (por isso a psicanálise começou por aí...). Choques (fisicos, psicologicos, emocionais) também podem trazer à tona fatos arquivados no inconsciente. A regressão também, já citada (existem inúmeros livros..o Paulo Afonso citou o Brian Weiss, mas antes dele vários pesquisadores já escreveram, tais como a Dr. Moris Netherton e Dr. Helen Wenbach - não espíritas - e Dr. Jorge Andréa, Hernani Guimarães e Maria Júlia e Júlio
Prieto Peres - estes espíritas - entre muitos e muitos outros).
Conhecemos também médiuns que tem, ou tiveram, acesso a suas (e de outras pessoas..) histórias pregressas...



Estudo sobre reencarnção.


Abaixo segue explicações  retiradas do Livro Dos Espiritos e outros sobre a reencarnação.

Quetão 166: Como a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corporal, pode acabar de se depurar?
– Submetendo-se à prova de uma nova existência.

a) Como a alma realiza essa nova existência? É pela sua transformação como Espírito?
– A alma, ao se depurar, sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso é preciso que passe pela prova da vida corporal.

b) A alma tem, portanto, que passar por muitas existências corporais?
– Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem vos manter na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse é o desejo deles.

c) Desse princípio parece resultar que a alma, após ter deixado um corpo, toma outro, ou seja, reencarna em um novo corpo. É assim que se deve entender?
– Evidentemente.
Kardec pergunta aos Espíritos Superiores como os Espíritos que ainda não alcançaram a perfeição podem acabar de depurar-se. A Espiritualidade responde sucintamente que submetendo-se à novas experiências de uma nova existência, o espírito conseguindo resistir às provas, depura-se e alcança  a condição de Espírito puro.

167 Qual é o objetivo da reencarnação?
– Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?

Quando nos matriculamos na escola da humanidade a nossa intenção é a expiação para a própria depuração do Espírito e para trazer o progresso as esferas onde nos encontramos encarnados. Nisso consta mais um sinal da sabedoria divina.

168 O número de existências corporais é limitado ou o Espírito reencarna perpetuamente?
– A cada nova existência, o Espírito dá um passo no caminho do progresso. Quando se libertar de todas as suas impurezas, não tem mais necessidade das provações da vida corporal.

As encarnações dão-se de acordo à necessidade do Espírito, não há um mínimo, bem como um máximo de encarnações. O espírito que depurou-se completamente não vê necessidade e passar pelas provas da existência material. Trabalha para manter o equilíbrio divino e em prol da depuração dos seus irmãos.

169 O número de encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
– Não; aquele que caminha rápido se poupa das provas. Todavia, essas encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito.

170 Em que se torna o Espírito após sua última encarnação?
– Espírito bem-aventurado; é um Espírito puro.

171 Em que se baseia o dogma1 da reencarnação?
– Na justiça de Deus e na revelação, e repetimos incessantemente: um bom pai deixa sempre para seus filhos uma porta aberta ao arrependimento.A razão não vos diz que seria injusto privar, para sempre, da felicidade eterna todos aqueles cujo aprimoramento não dependeu deles mesmos? Não são todos os homens filhos de Deus? Só homens egoístas podem pregar a injustiça, o ódio implacável e os castigos sem perdão.

Comentário de Allan Kardec : ☼ Todos os Espíritos estão destinados à perfeição, e Deus lhes fornece os meios de alcançá-la pelas provações da vida corporal. Mas, na Sua justiça, lhes permite cumprir, em novas existências,  o que não puderam fazer, ou acabar, numa primeira prova.
Não estaria de acordo nem com a igualdade, a justiça, nem com a bondade de Deus condenar para sempre os que encontraram, no próprio meio em que viveram, obstáculos ao seu melhoramento, independentemente de sua vontade. Se a sorte do homem estivesse irrevogavelmente fixada após a morte, Deus não teria pesado as ações de todos numa única e mesma balança e não agiria com imparcialidade.
A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem diversas existências sucessivas, é a única que responde à idéia que fazemos da justiça de Deus em relação aos homens que se acham numa condição moral inferior; a única que pode nos explicar o futuro e firmar nossas esperanças, porque nos oferece o meio de resgatar nossos erros por novas provações. A razão nos demonstra essa doutrina e os Espíritos a ensinam.
O homem que tem consciência de sua inferioridade encontra na doutrina da reencarnação uma esperança consoladora. Se acredita na justiça de Deus, não pode esperar achar-se, perante a eternidade, em pé de igualdade com aqueles que agiram melhor do que ele. Contudo, o pensamento de que essa inferioridade não o exclui para sempre do bem supremo que conquistará mediante novos esforços o sustenta e lhe reanima a coragem. Quem é que, no término de sua caminhada, não lamenta ter adquirido muito tarde uma experiência que não pode mais aproveitar? Porém, essa experiência tardia não está perdida; tirará proveito dela numa nova vida.

Eis a máxima Justiça Divina, a reencarnação. Quando o Espírito encarna, ele está suscetível às provas da carne para o seu crescimento moral e intelectual. Acreditar que teríamos apenas o curto espaço de uma existência para definirmos nosso futuro ao eterno sofrimento ou ao eterno deleite, sendo que o meio onde vivemos influencia diretamente sobre as nossas ações, seria tornar Deus, que é um pai supremamente justo, bom e amoroso, um pai cruel, vingativo e imparcial.  Todos nós estamos destinados à perfeição, e Deus nos dá o Livre arbítrio e a reencarnação como mais poderosos meios de atingi-la, estacionar é possível, regredir, nunca e o progredir, sempre.

172 Nossas diferentes existências corporais se passam todas na Terra?
– Não, nem todas, mas em diferentes mundos. As que passamos na Terra não são nem as primeiras nem as últimas, embora sejam das mais materiais e mais distantes da perfeição.

173 A alma, a cada nova existência corporal, passa de um mundo para outro ou pode ter várias existências num mesmo globo?
– Ela pode reviver diversas vezes num mesmo globo, se não for suficientemente avançada para passar a um mundo superior.

a) Desse modo, podemos reaparecer muitas vezes na Terra?
– Certamente.

b) Podemos voltar à Terra após ter vivido em outros mundos?
– Seguramente. Já vivestes em outros mundos além da Terra.

174 Voltar a viver na Terra é uma necessidade?
– Não; mas se não avançardes, podereis ir para um outro mundo que não seja melhor e que pode até ser pior.

175 Existe alguma vantagem em voltar a habitar a Terra?
– Nenhuma vantagem em particular, a menos que se esteja em missão. Nesse caso se progride aí como em qualquer outro mundo.

a) Não seria melhor permanecer como Espírito?
– Não, não. Seria permanecer estacionário, e o que se quer é avançar para Deus.

A Terra é uma das esferas menos evoluídas onde os espíritos encarnam para suas provas, e os espíritos que encarnam aqui sem dúvida já vieram de outros planetas menos ou mais evoluídos, seja para passar por expiações e provas ou como missionários.  Permanecer no plano espiritual apenas, se privado das provações da carne, seria permanecer parado na escada evolutiva, sem provas não há novas experiências e assim, não há progresso, intelectual ou moral.

176 Os Espíritos, após terem encarnado em outros mundos, podem encarnar neste, sem nunca terem passado por aqui?
– Sim, como vós em outros mundos. Todos os mundos são solidários:o que não se cumpre em um se cumpre em outro.

a) Desse modo, há homens que estão na Terra pela primeira vez?
– Há muitos e em diversos graus.

b) Pode-se reconhecer por um sinal qualquer quando um Espírito está pela primeira vez na Terra?
– Isso não teria nenhuma utilidade.
Como em toda escola, sempre estão chegando alunos novos, sem nunca terem estudado ali. Na escola carnal não é diferente, há espíritos que passam pelas suas primeiras provações nesse globo, e não teria nenhuma utilidade diferencia-los.

177 Para chegar à perfeição e à felicidade suprema, que são o objetivo final de todos os homens, o Espírito deve passar por todos os mundos que existem no universo?
– Não. Há muitos mundos que estão num mesmo grau da escala evolutiva e onde o Espírito não aprenderia nada de novo.

a) Como então explicar a pluralidade dessas existências num mesmo globo?
– O Espírito pode aí se encontrar a cada vez em posições bem diferentes, que são para ele outras ocasiões de adquirir experiência.

Há no universo, diversos mundos com o mesmo grau de adiantamento espiritual, então,  nada de novo aprenderíamos reencarnando em globos diferentes mas de mesmo adiantamento. Então, reencarnando no mesmo globo, vivenciamos diferentes experiências em diferentes posições, evoluímos mais rapidamente.

178 Os Espíritos podem encarnar corporalmente num mundo relativamente inferior àquele em que já viveram?
– Sim, se for para cumprir uma missão e ajudar no progresso. Aceitam com alegria as dificuldades dessa existência, porque lhes oferecem um meio de avançar.

a) Isso não pode ocorrer por expiação? Deus não pode enviar Espíritos rebeldes para mundos inferiores?
– Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas não regridem. Quando estacionam, sua punição é não avançar e ter de recomeçar as existências mal-empregadas num meio conveniente à sua natureza.

b) Quais são aqueles que devem recomeçar a mesma existência?
– Os que falharam em sua missão ou em suas provações.

Os espíritos superiores vão aos mundos relativamente inferiores ao seu adiantamento na condição de missionários, aceitam com alegria essa função que lhes traz também, adiantamento, moral e intelectual. Não é possível um espírito regredir, logo, não há como ele voltar a um mundo inferior para sofrer provas e expiações, só recomeçam existências, se falharem.

179 Os seres que habitam cada mundo atingiram um mesmo grau de perfeição?
– Não, é como na Terra: há seres mais avançados e menos avançados.

Isso é visível, percebemos encarnados que se comprazem com o mal enquanto ao lado vemos alguns totalmente dedicados ao bem. Eis a diferença de adiantamento dos espíritos.

180 Ao passar deste mundo para um outro, o Espírito conserva a inteligência que tinha aqui?
– Sem dúvida, a inteligência não se perde, mas pode não ter os mesmos meios de manifestá-la; isso depende de sua superioridade e das condições do corpo que vai tomar.

A inteligência é conservada, mas só poderá manifestá-la em outro mundo dependendo do corpo em que se encontra encarnado. Sofre a influencia do organismo.

181 Os seres que habitam os diferentes mundos possuem corpo semelhante aos nosso?
– Sem dúvida possuem corpo, porque é preciso que o Espírito esteja revestido de matéria para agir sobre a matéria. Porém, esse corpo é mais ou menos material, de acordo com o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. E é isso que diferencia os mundos que devem percorrer; porque há muitas moradas na casa de nosso Pai e, portanto, muitos graus. Alguns o sabem e têm consciência disso na Terra; outros não sabem nada.

À medida que o Espírito se depura e que se encontra em mundos mais adiantados e puros, a matéria é correspondente à esse estágio de evolução.

182 Podemos conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?
– Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos encontrais. Portanto, não devemos revelar essas coisas a todos, visto que nem todos terão alcance de compreendê-las, e isso os perturbaria.

Comentário de Allan Kardec : ☼ À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. A matéria torna-se menos densa, ele não mais se arrasta em sofrimento pela superfície do solo, as necessidades físicas são menos grosseiras e os seres vivos não têm mais necessidade de se destruírem mutuamente para se alimentar. O Espírito é mais livre e, para atingir coisas distantes, tem percepções que nos são desconhecidas. Ele vê pelos olhos do corpo o que apenas pelo pensamento podemos imaginar.
A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição moral dos seres em que estão encarnados. As paixões brutais se enfraquecem e o egoísmo dá lugar a um sentimento fraternal. É desse modo que, nos mundos superiores à Terra, as guerras são desconhecidas, os ódios e as discórdias não têm motivo, porque ninguém pensa em fazer o mal a seu semelhante. A intuição que têm do futuro, a segurança que uma consciência livre de remorsos lhes dá, fazem com que a morte não lhes cause nenhuma apreensão, por isso a encaram sem temor e a compreendem como uma simples transformação.
A duração da vida nos diferentes mundos parece ser proporcional ao grau de superioridade física e moral desses mundos, e isso é perfeitamente racional. Quanto menos material é o corpo, menos está sujeito às alternâncias e instabilidades que o desorganizam. Quanto mais puro é o Espírito, mais livre das paixões que o destroem. Esse é ainda um benefício da Providência que, desse modo, abrevia os sofrimentos.

183 Ao ir de um mundo para outro, o Espírito passa por uma nova infância?
– A infância é em todos os lugares uma transição necessária, mas não é tão frágil em todos os lugares como entre vós, na Terra.

184 O Espírito pode escolher o novo mundo que vai habitar?
– Nem sempre, mas pode pedir e conseguir isso se o merecer; porque os mundos são acessíveis aos Espíritos de acordo com seu grau de elevação.

a) Se o Espírito não pede nada, o que determina o mundo em que deve reencarnar?
– O grau de sua elevação.

185 O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada globo?
– Não; os mundos estão também submetidos à lei do progresso2. Todos começaram como o vosso, por um estado inferior, e a própria Terra passará por uma transformação semelhante. Ela será um paraíso quando os homens se tornarem bons.

☼ É assim que as raças que hoje povoam a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres cada vez mais perfeitos. Essas raças transformadas sucederão às atuais, como as atuais sucederam a outras ainda mais atrasadas.

A Terra está atualmente nesse processo de transição planetária, está deixando de ser  um planeta de expiação e provas e passará a ser uma esfera de regeneração. Os espíritos que não condizem quem a situação vibracional daqui serão levados para esferas menos adiantadas, onde poderão recomeçar suas provas e ajudar na evolução desses planetas.

186 Há mundos em que o Espírito, deixando de habitar um corpo material, tem apenas como envoltório o perispírito?
– Sim, há. Nesses mundos até mesmo esse envoltório, o perispírito, torna-se tão etéreo que para vós é como se não existisse. É o estado dos Espíritos puros.

a) Disso parece resultar que não há uma demarcação definida entre o estado das últimas encarnações e o de Espírito puro?                                                                                            – Essa demarcação não existe. A diferença nesse caso se desfaz pouco a pouco, torna-se imperceptível, assim como a noite se desfaz diante dos primeiros clarões da alvorada.

187 A substância do perispírito é a mesma em todos os globos?
– Não; é mais ou menos etérea. Ao passar de um mundo para outro, o Espírito se reveste instantaneamente da matéria própria de cada um deles, com a rapidez de um relâmpago.

188 Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou estão no espaço universal, sem estar ligados mais a um mundo do que a outro?
– Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão restritos a eles como os homens estão à Terra; eles podem, melhor do que os outros, estar em todos os lugares.

Comentário de Allan Kardec : ☼ De acordo com o ensinamento dos Espíritos, de todos os globos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é onde os habitantes são menos avançados, tanto física quanto moralmente. Marte ainda estaria inferior, e Júpiter muito superior em todos os sentidos. O Sol não seria um mundo habitado por seres corporais, e sim um lugar de encontro de Espíritos superiores que, de lá, irradiam seus pensamentos para outros mundos, que dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a eles por meio do fluido universal. Como constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis parecem estar numa posição idêntica.
O volume e a distância que estão do Sol não têm nenhuma relação necessária com o grau de adiantamento dos mundos, pois parece que Vênus é mais avançado que a Terra, e Saturno menos que Júpiter.
Muitos Espíritos que na Terra animaram pessoas conhecidas disseram estar encarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e é admirável ver, nesse globo tão avançado, homens que, na opinião geral que fazemos deles, não eram reconhecidos como tão elevados. Isso não deve causar admiração, se considerarmos que alguns Espíritos que habitam Júpiter podem ter sido enviados à Terra para cumprir uma missão que, aos nossos olhos, não os colocava em primeiro plano; que, entre sua existência terrestre e a de Júpiter, podem ter tido outras intermediárias, nas quais se melhoraram. E, finalmente, que nesse mundo, como no nosso, há diferentes graus de desenvolvimento, e que entre esses graus pode haver a mesma distância como a que separa entre nós o selvagem do homem civilizado. Desse modo, o fato de habitarem Júpiter não quer dizer que estão no mesmo padrão dos seres mais avançados de lá, da mesma forma que não se está no mesmo padrão de um sábio da Universidade só porque se reside em Paris.
As condições de longevidade não são também as mesmas que na Terra, e por isso não se pode comparar a idade. Um Espírito evocado, desencarnado há alguns anos, disse estar encarnado há seis meses num mundo cujo nome nos é desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo, respondeu: “Não posso avaliá-la, porque não contamos o tempo como vós; além do mais, o modo de vida não é o mesmo; desenvolvemo-nos lá com muito mais rapidez; embora não faça mais que seis dos vossos meses que lá estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que tive na Terra”.
Muitas respostas semelhantes nos foram dadas por outros Espíritos, e isso nada tem de inacreditável. Não vemos na Terra um grande número de animais adquirir em poucos meses seu desenvolvimento normal? Por que não poderia ocorrer o mesmo com os habitantes de outras esferas? Notemos, por outro lado, que o desenvolvimento adquirido pelo homem na Terra, na idade de trinta anos, pode ser apenas uma espécie de infância, comparado ao que deve alcançar. Bem curto de vista se revela quem nos toma em tudo por protótipos da criação, e é rebaixar a Divindade crer que, fora o homem, nada mais é possível a Deus (N. K.).

Quanto mais evoluído o Espírito e a esfera onde ele se encontra encarnado, menos grosseira e mais etérea é a matéria. Logo, a mesma não impede que o espírito transite livremente por entra outros lugares como a matéria terrestre o limita.









Um comentário:

luizaum disse...

Excelente trabalho.
Parabéns.
luizaum